quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Câmara Municipal: o circo dos horrores




As eleições municipais definitivamente se tornaram um circo de horrores. Em busca de salários excelentes e a possibilidade de empregar parentes e amigos, figuras bizarras competem por aquele chamado “voto de protesto” para tentarem se eleger vereadores. Ganha quem conseguir se destacar por ser mais cômico, mais ridículo ou mais inacreditavelmente estúpido. Vale tudo!

O que os eleitores não sabem é que essas figuras bizarras, além de pseudo-celebridades, artistas no ostracismo, jogadores de futebol aposentados, dentre outros, muitas vezes são convidadas pelos partidos políticos para compor chapas de coalizão. É o famoso “vai que cole”. Se, como em um viral de internet, uma dessas figuras cair nas graças do povo para se tornar um voto de protesto, o partido pode abocanhar um “efeito Tiririca”.
O eleitor, mais uma vez imerso na ignorância política, não entende os meandros das armações partidárias. Acredita que está dando um voto de repúdio a tudo o que de pior há na política brasileira. Ledo engano: não se apercebe de que, na verdade, está é reforçando as piores práticas da política pequena, torpe e malévola à Democracia e à Cidadania.

O eleitor acredita que está dando um voto de repúdio, mas está reforçando as piores práticas da política torpe e malévola à Democracia.
Senão, vejamos: quem votou no Tiririca em 2010, tornando-o o segundo deputado federal mais votado na história do Brasil, não percebeu que estava, na verdade, votando na base de apoio do PT. É que o PR, partido de Tiririca, faz parte da coalizão que apoia Dilma Rousseff. E com a regra do quociente eleitoral, que transfere o “excedente” de votos de um candidato para os demais membros do partido, Tiririca conseguiu eleger outros três deputados para a base de Dilma. Curiosamente, muitos dos que votaram no Tiririca declaram-se antipetistas! Hilário, não?

Fato é que o “voto de protesto” é aquele que é feito da forma mais criteriosa possível. O ideal é tratar o candidato como um pretendente a um cargo na sua empresa – afinal, você será o patrão, não o contrário. E para contratar um funcionário, deve-se, no mínimo, analisar o currículo, testar a capacidade e verificar antecedentes criminais.


Antes de votar em um candidato a vereador, analise o currículo dele e verifique se tem antecedentes criminais, mesmo com a Lei da Ficha Limpa.
Se você, eleitor, tivesse uma empresa e precisasse preencher uma vaga de trabalho, empregaria uma pessoa porque ela é engraçada? Porque ela é uma celebridade ou um artista decadente? Ou empregaria caso acreditasse que essa pessoa fosse competente o suficiente para cumprir com as funções necessárias para o desenvolvimento de sua empresa? Não seria desejável que essa pessoa tivesse conhecimentos, habilidades e atitudes condizentes com o cargo a ocupar?

Você contrataria uma pessoa só porque ela é engraçada? Ou contrataria pela sua competência?
Pense nisso! Porque não há mais espaço para votos de protesto como o que “elegeu” o Macaco Tião em 1988. A Democracia é coisa muito séria. Se você eleger qualquer um, será qualquer um o responsável pelo destino do SEU dinheiro, dinheiro dos tributos que você paga via IPTU, ISSQN, Taxa de Limpeza Urbana, de Iluminação Pública, etc. São os vereadores que decidem a Lei Orçamentária Anual (LOA). São eles que vão definir quanto irá para Educação, Segurança, Saúde, Transportes, dentre outras áreas.
O discurso do “não tem jeito mesmo” é fácil! É uma forma de se eximir da responsabilidade. Só que a responsabilidade é sua, é minha, é de todos nós. Depois, não adianta reclamar: serão 4 anos desperdiçando recursos com pessoas sem as mínimas condições de exercer as responsabilidades que a função exige.

São os vereadores que decidem a Lei Orçamentária Anual (LOA), ou seja, quanto irá para Educação, Segurança, Saúde e Transportes.