Há
alguns anos, numa aula de Planejamento
Estratégico, eu lecionava sobre "demanda", comportamento do
consumidor, preferências, cultura, renda, etc. Expliquei sobre consumo
de massa e sobre o porquê do aumento do poder de compra das classes
menos favorecidas a partir do Plano Real ter determinado os rumos da cultura no
Brasil, principalmente da indústria fonográfica. E que, diante desse cenário, o
rock 'n' roll, que padecia no Brasil ainda em fins dos anos 1980, morreria
definitivamente na década seguinte.
Por
"morrer", leia-se: não faz parte do consumo de massa. Vá a qualquer
cidade do Brasil e tente sintonizar uma rádio que toque exclusivamente rock nacional.
Você poderá contar nos dedos quantas existem no país. Já rádios que tocam exclusivamente
sertanejo, funk, gospel e afins existem às centenas, possivelmente milhares.
Nos programas de auditório da TV aberta, sejam locais ou nacionais, raramente
se assiste a uma banda de rock, enquanto sertanejo, funk, axé, pagode e afins
são dominantes. Vá a uma festa, a um churrasco, a uma confraternização da
empresa e preste atenção à trilha sonora. Frequente qualquer espaço público que
tenha música e se atente ao que está tocando. A morte lenta e agonizante do
rock 'n' roll no Brasil é um fenômeno que ocorreu desde o final dos anos 1980,
quando deixou de ter a popularidade que conseguira alcançar do início até
meados daquela década para se tornar nicho
de mercado desde então.
Daí,
um aluno que, como eu, gosta bastante de rock 'n' roll, perguntou:
–
Por que o rock 'n' roll morreu no Brasil?
A
resposta que proporcionei o deixou perplexo:
–
Os próprios roqueiros brasileiros ajudaram a matar o rock 'n' roll no Brasil!
Senão,
vejamos: o rock nacional ganhou força a ponto de se tornar produto de consumo
de massa no início dos anos 1980, com forte influência do punk rock em bandas como Legião
Urbana, Titãs, Ira, Capital Inicial, Plebe Rude, Inocentes, etc. À
mesma época, bandas como Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Nenhum
de Nós e Zero tiveram menos
influência do punk rock, embora alguma influência fosse perceptível.
Ressalte-se que o consumo de massa à época era restrito à classe média: os LPs
custavam caro e as classes menos favorecidas tinham severas dificuldades em
comprar os aparelhos toca-discos.
Também
restrito às classe mais favorecidas, o rock 'n' roll surgiu no Brasil nos anos
1960, quase pari passu ao surgimento dos ícones do rock inglês, Beatles e
Rolling Stones, e dos EUA, Elvis Presley. Àquela época, o rock por aqui tinha o
mesmo espírito contestador das próprias origens do estilo musical. Já escrevi
sobre isso neste blog em outro momento, você
pode acessar aqui, caso queira. Embora eu precise pedir as devidas
desculpas por alguns trechos que escrevi então. Farei isso em outro texto.
O
crescimento do rock 'n' roll no Brasil nos anos 1960 e 1970 foi sufocado pelo
Golpe de 1964, pelo A.I. 5 de 1968 e pelo consequente período de extrema
violência contra a cultura – além, logicamente, contra os direitos civis e
políticos e contra as minorias. A
violência contra a cultura se manifestava de forma inequívoca com a Censura
Federal. Como alguns hoje têm enormes dificuldades em entender o que é
"censura", vai aqui uma brevíssima explicação: censura é o ato de
proibir previamente determinada
manifestação cultural, artística, política ou social. Portanto, censura é uma violência de Estado e não
tem absolutamente nada a ver com movimentos privados da atualidade pedindo cancelamento em massa contra
personalidades escrotas que se acham no direito de achacar minorias combatendo
o que classificam como o "politicamente correto".
Se
você vivesse sob a censura dos anos 1960 e 1970, seu trabalho artístico seria submetido
à análise prévia dos agentes do Estado. Caso entendessem que sua arte era
"subversiva", seja lá que
diabos isso significasse, você simplesmente não poderia publicá-la. E
provavelmente seria detido sem mandado judicial em algum porão para
"esclarecer" o que exatamente aquela sua expressão artística
significava. Ou seja, basicamente era gente ignorante e estúpida, que não tinha
qualquer formação na área, que julgava a qualidade artística de determinada
obra, escolhendo de forma doutrinária
o que o povo poderia e não poderia consumir como cultura.
Como
o rock dos anos 1960 e 1970 continha tal espírito contestador, era
"natural" que a ditadura tentasse sufoca-lo como movimento cultural. Bandas
como Os Mutantes, Secos &
Molhados, a tropicália de Caetano e
os Novos Baianos, que fazia fusões do rock 'n' roll com samba e baião, o
inigualável Raul Seixas, passando
por bandas que possivelmente você nunca ouviu falar como Casa das Máquinas, O Som
Nosso de Cada Dia, O Terço e Vímana (pesquise!!!), todos convidavam
aqueles que os ouviam a uma "perigosa" reflexão política, social e
até existencial. E isso incomodava a ditadura.
Mesmo
o rock fofinho da Jovem Guarda foi inicialmente considerado subversivo: Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Roberto
Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Vanusa, Ronnie Von, Jerry Adriani, The Fevers... Todos em algum momento foram considerados
"contra a moral, os bons costumes e a família" por algum burocrata da
Censura Federal. Posteriormente, entenderam que era "melhor" deixar
os jovens sonharem com amor do que refletirem sobre as iniquidades do Brasil. E
foi assim que caíram no gosto da "família tradicional brasileira".
Quando
o punk rock surgiu na Inglaterra em meados dos anos 1970 abordando abertamente
a frustração da juventude de então com os problemas socioeconômicos daquele
país, tratava-se muito mais de um movimento político do que musical. Inegavelmente,
a musicalidade do punk rock era pobre: três acordes (no máximo), guitarras "sujas"
com bastante distorção, batida simples, rápida e com pouca variação, vocal com
pouquíssimas notas musicais, eventualmente gritadas, no entanto, com letras
bastante contestatórias. Mais do que música, o punk queria justamente falar com
a linguagem própria dos jovens sobre os temas que os agonizavam: desemprego,
drogas, guerras, criminalidade... E foi justamente essa simplicidade musical associada
à riqueza cultural e política que projetou o punk rock da Inglaterra para o
mundo. Aterrissou no Brasil em fitas K7 – o torrent
da época – escondidas nas malas dos filhos de uma elite conservadora que os
mandava estudar na Europa para ter acesso a um sistema educacional "melhor"
– curioso "paradoxo", não?
Em
terras brasilis, o punk rock explodiu como potencial consumo de massa paralelamente
à reabertura política durante o fim da Ditadura Militar e, portanto, diante de
forte pressão popular pela extinção da Censura Federal e de um sentimento de
"libera geral"! Penetrou diretamente nas principais capitais: São
Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, não sem também ter presença marcante nas
capitais gaúcha e mineira. Mas foi na capital paulista que os roqueiros
começaram a implodir o rock nacional como movimento que poderia se tornar
consumo de massa. Explico:
No
início dos anos 1980, os shows de punk rock estavam a mil na Pobre São Paulo!
Os punks da periferia reuniam-se em shows antológicos que projetaram algumas
ótimas bandas no cenário cultural, enquanto o punk rock da metalurgia do ABC, principalmente
oriundo de São Bernardo, fazia shows igualmente bons em paralelo. Logo, a ideia
óbvia: por que não unir os dois movimentos? Tinha tudo para dar certo! Só que
não! Em vez de "lutarem contra o sistema", aquilo que estava no cerne
do movimento punk rock britânico, passaram a brigar entre si como torcidas
fanáticas de futebol. A ponto de serem proibidos tais festivais. Uma fantástica
manifestação cultural, agora, era sufocada com a "legitimidade" do
discurso em prol da segurança pública.
Mas,
justiça seja feita, não foram os punks brigões que mataram o rock. Afinal,
algumas poucas bandas oriundas desses movimentos ganharam projeção nacional, a
ponto de frequentar o horário nobre da maior rede de TV aberta. A partir de tal
êxito – restrito a poucos –, artistas e produtores contaram vil metal (sim,
Belchior compôs e Elis Regina imortalizou a descrição clichê), ganharam fama
nacional e se trancaram no sucesso.
Para
piorar, foram estabelecidos novos "parâmetros" impostos pela
indústria fonográfica brasileira, a qual projetou, no lugar do punk rock,
bandas "fofinhas" como Blitz,
Metrô, Biquíni Cavadão, Ultraje a
Rigor, Kid Abelha, Erva Doce, RPM, Rádio Táxi, além de
alguns astros do rock nacional como Lulu
Santos, Lobão e Marina Lima. Não se ouvia mais a
"sujeira" das guitarras, nem as letras provocativas e contestatórias
características do punk rock, muito menos os riffs e os solos das guitarras das
bandas clássicas que poderiam resgatar a essência pelo movimento musical em si.
No lugar de tudo isso, o "tecladinho" irritante típico dos anos 1980,
a quase ausência de guitarras e contrabaixos, a presença da igualmente
irritante bateria eletrônica, letras entre românticas e piadinhas de duplo
sentido e o visual adaptado do punk ao colorido peculiar àquela década (sem
julgamentos). Ou seja, transformaram o
rock nacional em modinha, em um
movimento marcado e efêmero, algo
parecido com aqueles grupinhos de adolescentes que dançavam e cantavam como os
Menudos (sem julgamentos). E, ao ser transformado pela indústria fonográfica
num movimento transitório, perdeu a capacidade de se tornar um fenômeno
clássico, exceto por saudosistas da época e uns sem-noção que ouvem RPM e acham
que estão ouvindo Deep Purple.
Essa
modinha do "rock" dos 80's (aspas
para "rock", sim) gerou uma
casta de "roqueiros badalados e famosos". E, para esses "novos
ricos do rock nacional", não se poderiam deixar outros ocuparem o espaço
que conquistaram a duras penas. Até porque havia então o monopólio de quem
determinava quais artistas fariam sucesso – que eram aqueles que tocavam nas
telenovelas –, salvo uma ou outra exceção. Assim, quaisquer outras bandas e/ou
músicos que não faziam parte do mainstream
e que começavam a ganhar projeção passavam a ser vistas não como alguém poderia
ajudar a perpetuar a cultura do rock, mas, sim, como concorrentes. Se não eram abraçados
pelo "monopólio da cultura", eram deixados à míngua até a extinção,
porque os "rock stars brazucas" não se empenhavam minimamente em ajudá-los.
Exagero? Façamos o comparativo com músicos dos estilos de maior sucesso da
atualidade: sertanejo e funk.
Vejamos
como se comportam os cantores sertanejos famosos: quando uma dupla desconhecida
começa a ganhar projeção, são abraçados por quem já está na mídia. Abrem shows,
eventualmente dão uma palhinha no próprio show principal, passam a ser
regularmente citados como referência de renovação... Ou seja, são apadrinhados
pelos famosos que sabem que o próprio sucesso é transitório, mas que poderá ser
relembrado pelas novas gerações se houver uma cultura propícia a isso. Assim, todos
ganham: com a perpetuação da cultura
sertaneja (ou sertanejo universitário, ou sertanejo da balada – sei lá, não
entendo e não faço questão de diferenciar o "nejo" do momento), com a
coprodução de novos álbuns, com vendas em plataformas digitais e, lógico, com
shows, propaganda e direitos de reprodução em rádio e TV. O que propicia a
todos um fluxo de renda contínuo com direitos autorais. Isto é, o sertanejo
torna-se um movimento cultural
permanente que consolida ao redor dele toda uma estrutura empresarial, na qual vale muito a pena investir, já que o
retorno sobre investimento é líquido e certo, dada a cadeia de produção economicamente viável que se erigiu ao redor de
tal cultura. Por isso muitos roqueiros abandonaram o rock e encontraram o
ganha-pão no sertanejo, mesmo sem projeção nacional – não os julgue!
Já
o funk fez um movimento periférico, mas alcançou resultado similar, tornando-se
viável economicamente. Nas favelas e nas periferias em geral, o funk surgiu
relatando a situação socioeconômica das localidades: sexo promíscuo, tráfico de
drogas, violência policial, exclusão social, racismo... Algo parecido com o que
aconteceu com o punk rock na Inglaterra e que, à época, também sofria profunda
discriminação dos "cultos" de então. Assim, o funk retrata a realidade
das comunidades com linguagem própria do meio, com aquilo que lhes é possível
ter acesso, favorecido pela massificação do acesso à tecnologia que permite artistas
independentes produzirem música em casa, mesmo que a musicalidade, em si, seja muito
pobre. O funk externou o desejo dos jovens pretos e pardos tradicionalmente
excluídos de participarem dessa sociedade consumista, de ostentar, de fazer seu
"rolezinho" nos shoppings, de namorar, fazer sexo livre... Aí, os
narizes mais sensíveis se torcem e discriminam o funk classificando-o como
"cultura inferior", "esquecendo-se" que se as escolas a que
essas comunidades têm acesso estruturalmente não conseguem sequer ensinar o
básico, o que dirá de fundamentos de música e poesia!
Só
para deixar claro: não existe "cultura inferior" e "cultura
superior". Cultura, na acepção literal do termo, significa aquilo que é
cultuado pelos grupos sociais. O jazz, que hoje é tido como um estilo musical
hermético e nobre, já foi considerado subcultura no século 19. O choro, que é
pai do samba, idem – inclusive, já foi tratado como caso de polícia, assim como
muitos hoje gostariam que fosse tratado o funk. "Ein, mas a letra é
chula"... Queridinho: James Brown cantava que era uma "máquina de
sexo" em 1970 e hoje é considerado cult.
Mesmo
o rock 'n' roll, antes de ser heliporto de bandas neonazistas e/ou
supremacistas, já foi considerado subversivo, subcultura, música ruim e letras
de baixo nível. É claro que se você ouvir "The Dark Side of the Moon" do Pink Floyd vai achar uma obra prima do mesmo nível de uma sinfonia
de Beethoven. Mas pergunte a um músico erudito formado em conservatório se ele pensa
isso – provavelmente rirá da sua cara!
Se
outrora o rock 'n' roll apregoou nos anos 1960 e 1970 a liberdade do "faça
amor, não faça guerra", hoje, senhores brancos grisalhos de meia-idade
passaram a reinterpretar a "liberdade" como apologia ao fim do Estado
de bem-estar social que visa justamente tentar mitigar as injustiças sociais
causadas pelo "sistema". O sujeito dessa "nova revolução"
acha que rock 'n' roll é andar de Harley-Davidson com armas na cintura atirando
em pretos pobres e na comunidade LGBTQIA+, defendendo Estado mínimo, a precarização
do trabalho e a instituição da lei do "cada um por si". A liberdade Easy Rider agora é ser
anarcocapitalista. É dessa "nova revolução cultural" que surgem
figuras surreais como os "punks
conservadores", contra o "sistema opressor" que quer cobrar
impostos dos mais ricos para fazer um sistema educacional universal e de boa
qualidade, para assegurar o acesso de toda a população à saúde pública e
garantir aposentadorias condignas às classes menos favorecidas. Vai entender!
O
rock 'n' roll no Brasil incorporou como nenhum outro movimento cultural no país
esse individualismo exacerbado, a ponto de matar a própria essência. A ponto de
inviabilizar que artistas que não estejam na grande mídia vivam do rock autoral.
Mesmo com as plataformas digitais que, em tese, permitem a democratização da
música autoral, só quem consegue auferir renda suficiente com esse meio são os
artistas consagrados do rock. Diferentemente do que acontece em países como EUA
e Inglaterra, onde são organicamente criados espaços e meios para as novas
gerações a partir da cultura local, porque se entende que é a renovação que
possibilita a continuidade da cultura. Por isso, artistas consagrados apoiam os
novos talentos, eventualmente permitindo que abram seus shows, ocasionalmente
até os convidando para que participem dos seus próprios shows. Isso potencializa
o marketing para todos envolvidos e, assim, todos ganham. Ou você acha que
aquele garoto que subiu ao palco para tocar Metallica no show do Foo
Fighters surgiu ali por acaso, por uma dessas coincidências do destino?
Aquilo foi um brilhante golpe de marketing que viralizou nas redes sociais e
impulsionou tanto o Metallica como o Foo Fighters. Consegue pensar em algo
parecido acontecendo aqui no Brasil?
Os
roqueiros brazucas são a categoria cultural mais brutalmente desunida! Para
começar, vivem enfatizando os defeitos das outras bandas para vender a ideia de
que somente a própria banda é maravilhosa. Não perceberam que o público que
consome em massa, que entende o básico de música, não quer saber dos detalhes
técnicos da banda, nem se o baterista consegue fazer repiques com os pedais do
bumbo, ou se o guitarrista consegue tocar 5 ou 50 notas por segundo, tampouco
se a música tem 3 ou 30 acordes. Música, em qualquer era, antes de tudo, expressa
um sentimento! Sentimento que
perpassa do indivíduo para o coletivo, para o grupo social no qual o indivíduo
está inserido. Ou seja, é algo que vem muito mais da emoção de quem compõe do
que dos aspectos cognitivos matemáticos contidos nos elementos da física
acústica.
Se
a música conseguir produzir sentimento para determinado grupo social a ponto de
potencializar o consumo de massa, bingo! Suscita-se um "produto" que
gera engajamento, vendas, economia de escala e... Lucro! Querendo ou não, gostando ou não, é o lucro que movimenta o
sistema, não a qualidade técnica da música. Se fosse pela qualidade técnica,
música erudita seria a expressão máxima da cultura, em vez de ter morrido anos
1940 como consumo de massa.
A
"fórmula", enfim, é simples: do sentimento individual ao grupo social,
da geração de um "produto" minimamente viável ao desenvolvimento de
uma cultura que permita o consumo de massa, que edifique uma cadeia de
produção, a qual consolida economia de escala e lucros que remunerem o capital
investido e, por conseguinte, os artistas que da cultura vivem e obtêm renda
condigna. No Brasil, os sertanejos e os funkeiros conseguiram, porque criaram
um tipo de sentimento musical que dialoga com as massas.
Já
os roqueiros brazucas não querem saber das massas, porque se consideram "a
elite da música". Não entenderam as regras do jogo. Bandas desconhecidas só
conseguem destaque na mídia e participação em megashows se os integrantes são
neonázis financiados pela própria empresa que presidem. Os demais roqueiros
brazucas independentes têm um comportamento padrão: depreciam os demais gêneros
musicais para se sentirem superiores, não se ajudam mutuamente e não se organizam
minimamente para recriar a cultura do rock como movimento coletivo e que
potencializaria o consumo de massa no longo prazo. Enquanto individualmente
ganham (quando conseguem) duzentão para tocar na night, ou então têm um
"trabalho de verdade" para poder se sustentar e lançam música própria
em plataformas digitais como hobby. Entendeu agora por que o Brasil é o país da
música sertaneja e do funk?