A tecnologia se desenvolve e traz consigo cada vez mais melhorias nas condições de vida da sociedade. Mas o mau uso da tecnologia é recorrente em todos os períodos da humanidade.
Recentemente, uma verdadeira praga tecnológica invadiu as praias: os amplificadores de som com bateria recarregável. De todos os tamanhos e com várias potências, esses amplificadores tornaram praticamente impossível ter um pouco de sossego, conversar e ouvir o barulho das ondas do mar.
Sob incontáveis guarda-sóis, várias pessoas se acham DJ's. Creem que todos à volta estão interessados em balada 24h. E acham que todos têm a obrigação de ouvir aquilo que pensam ser boa música.
Normalmente são péssimas músicas, mas esse não é o ponto. O ponto central é a falta de respeito - resultado da falta de Educação - que essas pessoas têm com relação ao espaço público.
Hoje em dia ninguém contesta que fumar em espaços públicos fechados é uma falta de respeito. A revolucionária lei antifumo recentemente sancionada proíbe de forma justa o consumo de cigarros em bares, restaurantes e quaisquer outros espaços públicos - ou frequentado pelo público. O consumo de cigarros causa um problema que é conhecido na Economia como externalidade: quem está próximo ao consumidor de cigarros é "obrigado" a consumir passivamente o tabaco e todas as substâncias cancerígenas que dele derivam.
O consumo de música também gera uma externalidade. "Obriga" quem está próximo a ouvir o que frequentemente não tem interesse. Curiosamente já há tecnologia que permite evitar que tal externalidade ocorra: fones de ouvido.
Assim é cada vez mais urgente que seja aprovada lei que proíba que as pessoas ouçam música alta de forma a desrespeitar o espaço público. E que passe a punir quem insiste em desrespeitar com multas. Na verdade, bastaria Educação e o mínimo de bom senso.
Mas como isso parece ser inalcançável, talvez a solução temporária seja mesmo "doer no bolso". Assim como quem joga lixo nas ruas e quem causa qualquer distúrbio ao espaço público. Em um país onde falta Educação, sobram motivos para arrecadação com multas. Lamentável!