Estou em um
centro de recuperação de dependentes químicos da cidade de São Paulo para
conversar com Carlos (pseudônimo de C. L. M.). O jovem de 29 anos que é viciado
em crack e cocaína. Ele adentra a sala de visitas e eu me espanto
com a visão do rapaz. Parece ter uns 45 a 50 anos – envelhecimento precoce
causado por anos de imersão no mundo das drogas. HIV positivo por se prostituir
na fase mais degradante do vício e decidiu procurar ajuda depois de ser
duramente espancado por skin heads na
Praça da República.
C.L.M no centro de recuperação. |
Está pela
primeira vez no centro de recuperação. Articulado e aparentemente sereno, é
completamente diferente daquele estereótipo do viciado em crack que permeia o imaginário do brasileiro médio. Carlos é loiro
de olhos verdes, tem formação universitária e passou a adolescência viajando
com os pais pela Europa, Estados Unidos, Austrália, fala inglês, espanhol,
alemão e francês fluentemente.